DECÁLOGO DE IMPRESSÕES
1) Um ano só acaba quando começa o próximo. Só por isso nem tudo está perdido para o cinema brasileiro em 2006. Ao menos até 1 de janeiro. Porque por enquanto, ahan, os filmes andam boiando.......
2) Regina Casé primeiro tenta nos convencer, em um programa de auditório ao ar livre, de que viver na periferia é muito maneiro, que conflitos e diferenças existem sem nenhuma tensão, seja de rapper com brega, seja de rapper com polícia, criando um pacto de paz do qual é mediadora populista. No Fantástico de ontem, 16 de abril, Regina, munida de Elza Soares, insiste em escala menor: com todos os problemas e adversidades, a periferia se resolve e anda pra frente, pra cima, sem precisar de nada. Há uma política de cultivo do conformismo com o abismo social? Ela sempre existiu, mas, agora, é de forma explícita?
3) O melhor filme entre os três quatro abraçados por Árido Movie é o que não trata de nenhuma questão socialmente legitimada ou dramaticamente séria. Refiro-me ao segmento dos amigos maconheiros. Em DVD, podiam arquivar o resto e ampliar esse núcleo.
4) Cinética, revista eletrônica do qual serei editor ao lado de Eduardo Valente e Felipe Bragança, entra no ar, estourando, até a segunda quinzena de abril. Espalhem. Não se trata de diáspora da Contracampo, ou de uma Contracampo do B, mas de um projeto complementar, sem nenhuma preocupação em enterrar resquícios de heranças contracampísticas, mas empenhada em firmar sua própria maneira de reagir ao cinema pela escrita.
5) Primeiro episódio de Made, na MTV, não difere de outros reality shows que, sem diferir de narrativas ficionais de cumprimento de metas, coloca um homem ou uma mulher com um objetivo determinado, o esforço para alcançá-lo e os resultados desse esforço. No caso, trata-se de um adolescente obeso (133 kg), homossexual (rasgadamente assumido e exibido), que deseja integrar-se aos outros garotos da escola e ao pai pelo futebol. Sua missão: colocar-se em forma física e técnica para não ficar de desmunhecado da turma
6) Belo texto o de Leonardo Mecchi no blog Enquadramento
7) Meu curso no Cinesesc, sobre a Distopia no Cinema Brasileiro, foi adiado para 24 de abril. Quatro aulas apenas, de mais ou menos três horas. Quem se interessar veja o post abaixo
8) A aula mais interessante dado por mim até hoje, com alto nível de participação, foi no Nós do Cinema, no Rio, sobre um breve percurso histórico do cinema brasileiro
9) O que será esse filme do Nelson Pereira? Torço para que eu goste. Torço para minha torcida dar certo.
10) A foto lá em cima é minha e de Ilana Feldman na filmagem de Almas Passantes.
4 Comments:
Cléber,
Recomendo que você veja o novo filme do Nelson Pereira antes do início do seu curso, uma vez que ele se encaixa muito bem no tema tratado.
Não vou detalhar minha opinião antes de você vê-lo, mas creio que, no que depender da minha primeira impressão de "Brasília 18%", o salvador da safra do cinema brasileiro de 2006 até o momento continua sendo "Crime Delicado".
REVISTA FRINCHA
REVISTA RUPESTRE
www.frincha.blogspot.com
Tema interessante o do seu curso... Tema que me interessa e, caso morasse por aí, certamente eu participaria... O Terra Estrangeira se encaixa direitinho no teu curso, hein?... Quando ia perguntar sobre a foto que abre teu blog, vi que são pessoas ´de quem já li textos na Contracampo e com quem já falei na Infan.
nossa, acho que nunca tinha visto uma foto tão enorme num blog. foto linda, texto pra lá de coerente, dá gosto de visitar blog assim
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